quarta-feira, 9 de julho de 2008

Mudei de idéia

Escrevi no seu postal que there´s always something to get home for (na verdade, escrevi about porque mudei de idéia no meio da frase e esse erro tá me incomodando até agora, mas tudo bem), mas mudei de idéia.
Essa semana tá um infeeeeeeeeeeerno aqui em casa. Tá uma puta montanha-russa e não conseguimos manter a paz por mais de 5 minutos e tô no meu limite.
Pra começar que é seguro dizer que minha relação com meu pai foi pro vinagre de vez. Grande parte por culpa minha, isso é bem verdade, mas ele também não está colaborando.
Junto com isso, minha mãe entrou numa crise de que eu não confio nela. Aliás, por causa disso, uma vez que foi justamente por ela ter dito pra ele coisas que eu ESPECIFICAMENTE falei pra ela não falar que a bomba terminou de estourar e agora ele não me olha na cara como se a gente tivesse seis anos e eu tivesse roubado a massinha uti-gutti dele. Bom, se já não tinha lá tanta confiança antes, não é agora que vou ter, concorda comigo? Pois ela insiste que eu devo confiar nela, e que foi um erro e que ela não fez por querer. E reside justamente aí o problema: ela é o tipo que de pessoa que nunca faz as coisas por querer, mas sempre faz. Como não é por querer, acha que é como se não tivesse feito, e se faz de vítima quando você pára de confiar. A gente conhece mais alguém assim, então acho que você entende bem o que estou dizendo aqui.
Aí a gente começou a conversar sobre umas coisas dela e ela não descansou enquanto não arrancou de mim alguma coisa sobre a minha vida, só pra colocar na consciência que eu a perdoei e confio nela de novo. Mereço? Eu acabei dando mais material pra ela me ferrar, continuo com a certeza de que ela vai dar um jeito de me ferrar (sem querer, é claro) e ainda tenho que ouvir um "obrigada por voltar a confiar em mim". OI? Você arrancou de mim. Aliás, eu nem cheguei a falar nada, ela foi chutando e quando eu mandei ela calar a boca com menos ênfase ela entendeu que era porque era verdade.
Outra coisa que me deixa puta é essa coisa do carro. Se eu soubesse a dor de cabeça que dirigir ia me arranjar, não teria aprendido. Sério, quando foi que eu virei uma patricinha mimada que faz greve de fome quando os pais não emprestam o carro? Toda vez que eu peço o carro pra um dos dois e eles não podem emprestar, eles acham que eu fico puta. Ocorreu a eles que a casa tá caindo, a gente tá se esfaqueando há tempos, eu tô com ressentimento acumulado desde sempre (porque diálogo não consta do nosso vocabulário) e que talvez não seja bem andar de ônibus que me incomoda?
Bom, daí que de qualquer forma, com ela eu ainda tenho que conviver, suck it up, né? Outro grande erro. É só eu dar bom dia que ela vem com "adoro quando você tá de bom humor... por que você não é sempre assim?". Juro, eu quero matar toda vez que ela me diz isso.
Tipo, eu tenho pavio curto. Nasci assim e vou morrer assim. E ao contrário dos meus amigos, ela sim vai ter que me engolir, ainda mais considerando que ela não é exatamente forte candidata a monge tibetana. Pois bem, sendo assim, dá pra parar de me pedir pra mudar quem eu sou?
Ela quer a todo custo me empurrar pra terapia. Juro que se eu acreditasse por um milésimo de segundo que é porque ela quer me ajudar, e não porque ela não agüenta a filha que tem, eu não resistiria tanto. Sério, vai ter que me engolir. E de mau humor.
Por que eu não sou sempre assim? Porque eu simplesmente NÃO SOU ASSIM. Acabou. É o risco que se corre quando se tem filhos, you never know what you´re getting stuck with.
Então eu sinto muito, mas eu sou mau humorada, rancorosa, não confio nela, não perdoei ela e as coisas são do jeito que as coisas são. Beijonãomeliga.
Enfim, o título e o começo do post se referem ao fato de que passei umas horas com a Bia e a Mari hoje e a gente conversou muito sobre tudo a nossa volta e foi maravilhoso. Cheguei em casa muito serena, muito tranqüila, muito prafrentex, achando que tudo tem solução, e que eu preciso abrir mais espaço no meu coração para o diálogo e o perdão. Amiga, não durou 5 minutos. Impressionante.
Pra minha sorte, começo a trabalhar amanhã, o que significa que em agosto tô livre do drama em tempo integral. Pra alguma coisa essa carreira jurídica tinha que servir, não é não?
umbeijos

Nenhum comentário: